Assinala-se no dia 6 de Fevereiro, o Dia Internacional de
Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina.
A mutilação genital feminina compreende
todos os procedimentos que envolvam a remoção parcial ou total dos
órgãos genitais femininos, ou provoquem lesões nos órgãos genitais da
mulher, por razões não médicas. Segundo a OMS – Organização Mundial de
Saúde entre 100 a 140 milhões de meninas, raparigas e mulheres em todo o
mundo foram submetidas à prática da Mutilação Genital Feminina. Todos
os anos, cerca de 3 milhões de meninas e mulheres estão em risco de
sofrer algum tipo de mutilação. De acordo com este organismo (2000)
Portugal é um país de risco no que concerne a esta prática. O cálculo
deste risco baseia-se na assunção de que as comunidades migrantes
residentes em Portugal provenientes de países onde a MGF existe
poderão continuar esta prática, quer no nosso país, quer enviando
menores ao país de origem. As evidências e observações em matéria de
saúde, os estudos e o trabalho comunitários provam que residem em
Portugal mulheres que tendo sofrido mutilação nos seus países de origem
necessitam de cuidados de saúde físicos e psicológicos específicos.
«Num ano foram detectados 43 casos de mutilação genital em Portugal
Há um ano, no Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Sexual
Feminina, não havia registo algum na plataforma de dados da saúde.
Agora, há 43. São casos antigos detectados na Grande Lisboa.
A excisão é uma prática enraizada em 28 países africanos. Por força dos
fluxos migratórios, foi levada para o Médio Oriente, a Ásia, a América, a
Austrália e a Europa, incluindo França, Itália, Holanda, Reino Unido e
Portugal, onde é encarada como uma violação de direitos humanos baseada
no género.
Portugal figura na lista por nele residirem pessoas oriundas de países
com forte tradição de excisão genital, como a Guiné-Bissau, o Senegal, o
Egipto, a Gâmbia, a Nigéria ou a Serra Leoa. Presume-se que se
pratique, embora em grande secretismo, dentro do território nacional. E
há notícia de crianças levadas ao país de origem durante as férias para
aí serem sujeitas ao “corte”.»
Jornal Público
Sem comentários:
Enviar um comentário