quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Vamos evocar... o movimento futurista (3)



Introdutor do movimento futurista em Portugal, Santa-Rita Pintor é um dos artistas menos conhecidos, talvez pela pouca obra que chegou até nós.

Eis alguma informação sobre o autor retirada do portal "Ensina".

Porventura o primeiro futurista português, impulsionador do movimento do "Orpheu", Santa-Rita Pintor (1889-1918) admirava Picasso e foi um adepto do cubismo. Infelizmente poucas obras lhe sobreviveram.


Faz os primeiros estudos em Lisboa, na Escola Superior de Belas Artes. Depois, já bolseiro em Paris, liga-se aos mestres do modernismo, absorve as novas linguagens estéticas que cortam com o passado e procuram influenciar não só a produção artística como toda a sociedade em mudança do início do século xx.


Em 1914, o pintor proclama-se o único futurista declarado em Portugal e decide ser o porta-voz da nova corrente que terá uma curta existência. Ao lado de Almada Negreiros faz uma primeira apresentação do movimento  aos portugueses no Teatro da República em Lisboa, publica um único volume de Portugal Futurista e colabora no nº 2 do Orpheu.


Santa-Rita Pintor nunca chegou a expor em Portugal, alguns quadros foram reproduzidos em publicações mas poucos lhe sobreviveram. O artista quis que a obra morresse com ele e pediu à família para queimar tudo após a sua morte. Entre os que escaparam está “Cabeça Cubo-Futurista”, uma peça central da modernidade portuguesa que se encontra em exposição no Museu do Chiado em Lisboa.

Os trabalhos de Santa-Rita Pintor, de seu nome completo Guilherme Augusto Cau da Costa de Santa Rita denunciam tendências cubistas e uma forte admiração por Picasso.


terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Novidades de leitura



Passa pela biblioteca.

Há livros a descobrir numa estante perto de ti.



Livros novos para todos os gostos. 



Aqui ficam algumas sugestões.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Vamos evocar... o movimento futurista (2)



Uma das figuras mais representativas do Futurismo foi José de Almada Negreiros. Interessado em quebrar regras estabelecidas, como era apanágio dos futuristas, recorre ao escândalo como forma de fugir ao estatismo do academismo vigente no seu tempo. Foi considerado um louco pelos seus contemporâneos. A ele se devem os principais textos programáticos do movimento.

“A Cena do Ódio”, poema que foi preparado para ser publicado no número 3 da revista Orpheu, "exalta os vícios, os derrotados, os ultrajados, os religiosos sexualmente frustrados e discrimina o homem civilizado, os aristocratas, os intelectuais, a canalha, a gente simples operária, rural ou varina, empregados citadinos, políticos, jornalistas, tropa e (...)o burguês." (História Ilustrada das Grandes Literaturas - Literatura Portuguesa VIII, Editorial Estúdios Cor, 1973)

O "Manifesto Anti-Dantas", o panfleto mais emblemático e que mais impacto e sensação causou ao tempo, é um dos textos ainda hoje mais referenciados.

O "Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX", que se reproduz, foi apresentado na Conferência do Teatro da República, em 1917, marca a apresentação oficial do movimento.

Além da sua atividade literária (poeta, dramaturgo e romancista), Almada dedicou-se também às artes plásticas (são conhecidos os painéis existentes na sede da Fundação Gulbenkian, na antiga sede do Diário de Notícias e na Gare Marítima de Alcântara), foi também bailarino e coreógrafo... dando seguimento aos princípios futuristas de abolição de fronteiras entre as diversas artes. A sua obra é um eterno vaivém entre a literatura e a pintura, muitos dos seus textos têm um equivalente pictórico, uma eterna dualidade do olhar sobre o real.

 "Nós não somos do século de inventar as palavras. Nós somos do século de inventar outra vez as palavras que já foram inventadas." Almada Negreiros é aquele que pugna pela construção de um futuro diferente, o que pressupõe a invenção de um homem novo.

Almada é o visionário do presente que devemos conhecer.


terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Conhecer os nossos feriados



Decorreu hoje no Pavilhão Agro-alimentar uma atividade dinamizada pela turma EF15 em colaboração com a Biblioteca.

Os alunos, no âmbito da disciplina de Cidadania, estudaram os feriados civis em Portugal e o seu significado. O resultado está exposto e pode ser visitado junto do espaço da Biblioteca Verde. Para chamar a atenção para o trabalho, os alunos desenvolveram uma pequena apresentação de textos alusivos a cada uma das datas ilustrada por uma música.

São quatro as datas que comemoramos, seguindo a apresentação dos alunos.

A exposição começou com o dia 10 de Junho – Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. A data utilizada para recordar os feitos passados dos portugueses e os milhares de portugueses que vivem fora do país, foi aproveitada por assinalar também o dia em que Camões faleceu em 1580. Foi ilustrado por um excerto do canto I d’Os Lusíadas e a música composta para o poema Verdes são os campos.
 

 Seguiu-se o dia 1 de Dezembro que celebra a restauração da independência de Portugal em 1640. Nessa data, Portugal torna-se de novo um país soberano, pondo fim a sessenta anos de domínio espanhol. A turma declamou o poema D. João IV de Victor Cintra acompanhado com o Hino da Restauração.

 



O dia 5 de outubro assinala a Implantação da República em 1910 que põe termo ao regime monárquico. Menos conhecido, ou quase desconhecido, foi neste dia que em 1143 foi assinado o Tratado de Zamora em que Afonso VII de Leão e Castela reconhecia Portugal como reino independente. O momento foi ilustrado com a música d’A Portuguesa, hino nacional.

Finalmente, o dia 25 de Abril que assinala a Revolução dos Cravos que marcou o fim do regime do Estado Novo em 1974. O poema seleccionado foi Abril sim, Abril não de Manuel Alegre com a música de Grândola vila morena.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Vamos evocar... o movimento futurista (1)



1917 foi o ano do movimento futurista em Portugal. Cem anos depois, dedicamos o mês de janeiro à sua evocação.
 
 “Eu não pertenço a nenhuma das gerações revolucionárias. Eu pertenço a uma geração construtiva. (…) É preciso criar a pátria portuguesa do século XX. O povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem Portugueses, só vos faltam as qualidades”, escrevia Almada Negreiros no seu “Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX”, lido na conferência futurista realizada em abril desse ano.

 








No final do ano, em Novembro saía o primeiro e único número da revista que pretendia dar voz ao futurismo em Portugal.

Conhecer a obra e os homens que estiveram por detrás deste movimento é o que propomos para a próximas semanas.