
“A Cena do Ódio”, poema que foi preparado para ser publicado no número 3 da revista Orpheu, "exalta os vícios, os derrotados, os ultrajados, os religiosos sexualmente frustrados e discrimina o homem civilizado, os aristocratas, os intelectuais, a canalha, a gente simples operária, rural ou varina, empregados citadinos, políticos, jornalistas, tropa e (...)o burguês." (História Ilustrada das Grandes Literaturas - Literatura Portuguesa VIII, Editorial Estúdios Cor, 1973)
O "Manifesto Anti-Dantas", o panfleto mais emblemático e que mais impacto e sensação causou ao tempo, é um dos textos ainda hoje mais referenciados.

Além da sua atividade literária (poeta, dramaturgo e romancista), Almada dedicou-se também às artes plásticas (são conhecidos os painéis existentes na sede da Fundação Gulbenkian, na antiga sede do Diário de Notícias e na Gare Marítima de Alcântara), foi também bailarino e coreógrafo... dando seguimento aos princípios futuristas de abolição de fronteiras entre as diversas artes. A sua obra é um eterno vaivém entre a literatura e a pintura, muitos dos seus textos têm um equivalente pictórico, uma eterna dualidade do olhar sobre o real.
"Nós não somos do século de inventar as palavras. Nós somos do século de inventar outra vez as palavras que já foram inventadas." Almada Negreiros é aquele que pugna pela construção de um futuro diferente, o que pressupõe a invenção de um homem novo.
Almada é o visionário do presente que devemos conhecer.
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