segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Memória dos tempos que passam




Na clara paisagem essencial e pobre
Viverei segundo a lei da liberdade
Segundo a lei da exacta eternidade
 Sophia de Mello Breyner Andresen, No tempo dividido

A 16 de novembro de 1922, nascia em Azinhaga, concelho da Golegã, aquele que mais tarde se tornaria o único prémio Nobel da literatura, até ao momento, José Saramago. Escritor de causas, a sua obra abrange as mais variadas áreas, sendo conhecido, essencialmente, pelos seus romances. Autor polémico, sempre se bateu pelas suas ideias:
O egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas cobardias do quotidiano, tudo isto contribui para essa perniciosa forma de cegueira mental que consiste em estar no mundo, ou só ver dele o que, em cada momento, for susceptível de servir os nossos interesses. (Diário de Notícias 11/08/2009)

As palavras de dois grandes autores portugueses reflectem bem o momento que vivemos na Europa e no mundo. Estamos numa encruzilhada, não sabemos para onde vamos e qual o caminho a seguir. Os acontecimentos do fim-de-semana em Paris levantam-nos questões sobre as quais deveríamos refletir seriamente. Esta Europa, outrora centro cultural do mundo, está a perder os seus valores matriciais, a sofrer as mais diversas ameaças, num declínio que parece não ter retorno…

Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos.

A paz sem vencedor e sem vencidos
 Sophia de Mello Breyner Andresen, Dual

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