segunda-feira, 13 de abril de 2015

Morreu Günter Grass, Nobel da Literatura

O alemão Günter Grass, Prémio Nobel da Literatura em 1999, morreu esta segunda-feira aos 87 anos. O escritor estava numa clínica de Lübeck, no norte da Alemanha. A obra O Tambor, publicada em 1959, valeu-lhe notoriedade internacional e tornou-se um clássico da literatura. Faz a crítica social e dos costumes da sociedade alemã, antes e depois da II Guerra Mundial. Grass nasceu em Gdansk, na província de Danzig (que atualmente pertence à Polónia), a 16 de outubro de 1927. Integrou as Walfen-SS na fase final da II Grande Guerra e chegou mesmo a estar detido pelas tropas Aliadas. Em 1956, lança os primeiros livros de poesia e frequenta um curso de Artes Gráficas e Escultura em Düsseldorf. 
O Tambor pertence à "triologia Danzig", que conta ainda com os livros O Gato e o Rato (1961) e Anos de Cão (1965).
Em 2002 publicou o livro A Passo de Caranguejo, com a narração de um naufrágio polémico no tempo da II Guerra Mundial, A revista francesa Lire destacava uma obra  que colocava em causa "o silêncio e as dificuldades, no plano moral e narrativo" dos refugiados alemães nos territórios de Leste.
Em 2005, já depois de ser laureado pela Academia Sueca, a polémica em que Grass sempre esteve envolto atinge o auge. Na autobiografia A Passo de Caranguejo, o escritor de nacionalidade alemã admite a integração nas forças Waffen-SS, o braço direito militarizado de Adolf Hitler, aos 17 anos.
No entanto, o escritor garantia que “nunca havia disparado um tiro”, nem tão pouco tinha participado formalmente nas Forças Armadas do III Reich.
Para além da prosa, o escritor dedicou-se também à poesia, teatro, artes gráficas e plásticas. Günter Grass colaborou recentemente como ilustrador do livro inédito de José Saramago "Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas" (Porto Editora), publicado em 2014.

 Andreia Martins, RTP

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